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A Corrida, por Frederico Figueiredo: Volta ao Alentejo


Bem amigos, final da Volta ao Alentejo… Uma corrida especial por ter tido sempre vencedores diferentes em todas as edições, além de ser uma competição que já existe há muitos anos no nosso calendário. É uma corrida onde todos querem apresentar-se bem!
(Foto by Manuel Vitorino)
A 1ª etapa, com chegada em alto de 2ª categoria no Marvão, foi sempre tranquila depois de se formar a fuga e o pelotão comandado pela equipa OFM. Já na parte final, ao ter duas contagens de montanha, o ritmo aumentou e entrámos na subida para o Marvão a alta velocidade, onde o César Fonte fez 2º, um lugar que mais tarde lhe seria retirado por suposto sprint irregular. A vitória sorriu a um ciclista da Movistar Team Ecuador e quanto a mim fiquei pela 15ª posição.

No 2º dia de prova tivemos uma dura chegada a Montemor-o-Novo. Uma etapa rápida, sempre com um andamento muito alto e muita gente a querer ir para a fuga, que por fim conseguiu formar-se. Já na chegada a confusão foi enorme, todos a quererem lutar pelo sprint e eu consegui arrancar um 8º posto, sendo o melhor português da etapa. Neste dia, nota para o meu colega César Fonte ter tido um engano no percurso junto com mais alguns ciclistas, afastando-o da luta pela meta.

Chegados à 3ª etapa, mais um dia sem grandes dificuldades a nível de percurso, o que ajudou à constante alta velocidade e todos em busca de protagonismo na corrida. As etapas longas não têm grande história, com muitos quilómetros e sem dificuldades não beneficia muito ao espectáculo. Contudo, a chegada era bastante perigosa e tivemos várias quedas na parte final, uma delas do meu colega César Fonte, que mais uma vez se viu envolvido numa queda a 700m da meta, afastando-o da luta pelas bonificações na chegada e de poder voltar à discussão da Volta ao Alentejo. Eu tentei minimizar a pouca sorte da equipa e terminei na 15ª posição.

Seguiu-se a 4ª etapa, onde tivemos uma chegada a Santiago do Cacém. A jornada mais curta da prova, com pouco mais de 150 km e sem grandes dificuldades, o que ajudou à rapidez com que foi pedalada. Excepto na parte final, onde à chegada tínhamos cerca de 2 km em subida até à meta. Igual aos anteriores dias, a fuga foi alcançada a cerca de 10 km do final e novamente, com o pelotão a grande velocidade, o César viu-se envolvido em duas quedas já nestes 10 km, a última bem perto da chegada, afastando-o de vez da luta pela geral, uma vez que esta era uma etapa com final a coincidir com prémio de montanha e a regra dos 3 km não se aplica. Eu já conhecia a chegada de anos anteriores e consegui alcançar um 5º lugar.

Para o último dia, a chuva apareceu e foi um verdadeiro dia duro de ciclismo! Chuva, vento e frio a que se juntaram os famosos ‘abanicos’, provocando o pânico no pelotão… os cortes foram surgindo no pelotão, além de algumas quedas devido à chuva e às estradas molhadas. Com a chegada à meta em pavé todo o cuidado era pouco e, uma vez mais, a parte final foi marcada por inúmeras quedas. Como se não bastasse nos dias anteriores, o César voltou a estar envolvido numa queda quando me tentava levar para a frente, para eu não perder tempo e manter o Top 10.

No final, o objectivo foi cumprido e fiquei na 7ª posição da geral. Tenho de deixar aqui um muito obrigado à minha equipa Rádio Popular-Boavista pela confiança depositada em mim e a todos que me apoiam.

Boas pedaladas ;)
Frederico Figueiredo

 
(Foto by Henrique Gomes)

[Frederico terminou a 32ª Volta ao Alentejo em 7º lugar, a 35s do vencedor Carlos Barbero (Euskadi)]

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